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Psicósmica

19 de julho de 2012

Culpa

Geralmente decorre de uma sanção interna por algo feito em desacordo com princípios pré-estabelecidos. Resulta da inadequação entre o ato e a norma. Nem sempre se trata de uma atitude, idéia ou sentimento em desacordo com as leis de Deus. Algumas vezes se deve à forma como o indivíduo, face as influências da cultura e do meio social, se sente ou se posiciona. Pode-se sentir culpado por alguma coisa que, se vista sob outro ângulo, teria outra conotação. Ao invés da culpa, nesse caso, seria mais adequado a responsabilidade pessoal sobre o ato cometido.

A culpa é a impressão da responsabilidade que se assume diante de uma ocorrência passada, sem, no entanto, a coragem de resolvê-la. Muitas vezes a pessoa se sente impotente para solucionar o conflito do qual se atribui a autoria.

Liberar-se da culpa é colocar-se diante das conseqüências dos atos com a disposição de resolvê-los corajosamente. Muitas vezes, as conseqüências não são tão drásticas como pensamos, visto que antevemos punições que também estão contaminadas pelos valores morais e sociais de cada época.

Todas as atitudes que o ser humano tem, por mais vis que sejam, podem não deixar culpa quando, ato contínuo a realização, advém o trabalho sincero de reparar-lhes as conseqüências danosas a si e aos outros. Não basta o arrependimento nem a realização de outro ato compensatório, pois o trabalho de reparação requer retornar-se às causas geradoras do que foi feito. O processo de reparação não é punitivo ou compensatório, mas sempre educativo.

Para a eliminação da culpa é preciso aprender a não fazer mais o que se fez e internalizar a lei de Deus que não se conhecia, antes de se cometer o ato equivocado.

Diante da culpa e com consciência plena de ter feito algo inadequado, algumas atitudes psicológicas e práticas são recomendáveis, considerando-se que a mente se auto-regula para enfrentar as possíveis conseqüências.

Do ponto de vista psicológico, quando cometemos algo que acreditamos em desacordo com alguma norma, instalamos automaticamente o processo de culpa. Abrimos, dessa forma, uma porta para que algum evento externo venha conectar-se a essa "permissão". Quando a culpa é inconsciente, leia-se, oriunda de vidas passadas, algum evento ocorrerá para que reparemos o equívoco.

A psiquê fica vulnerável à ocorrência de um evento externo para que o sistema entre em equilíbrio, e se feche a porta que foi aberta. Esse evento externo não necessita da ação de outra pessoa, que pode, por livre arbítrio, infelizmente, tornar-se o "justiceiro" de nosso destino. Neste caso, estará abrindo alguma porta que exigirá um evento correspondente, para seu próprio equilíbrio.

O trabalho de reparação dos equívocos cometidos, conscientemente ou não, pode ser feito sem que o espírito venha a sofrer. Para tanto deve:

  1. Formular detalhadamente o equívoco cometido;
  2. Enumerar todas as razões pessoais, sejam condenáveis ou não, que levaram ao ato;
  3. Enumerar outras maneiras que poderiam ter sido utilizadas para a realização daquele ato;
  4. Identificar atitudes, pensamentos e sentimentos que gostaria de evitar fazer de novo;
  5. Verificar em que leis espirituais, das constantes nos próximos capítulos, você "tropeçou";
  6. Estabelecer um plano exeqüível em que você agora aja de acordo com cada lei que contrariou por atuação indevida ou desconhecimento;
  7. Submeter suas conclusões a outra pessoa.
As culpas são processos que permitem a instalação de obsessões, quando não nos confessamos a nós mesmos, a alguém e a Deus. Tornam-se perigosas companheiras psíquicas na medida que desejamos ser punidos.

Às vezes, a culpa é tão forte que chegamos a somatizar processos físicos dolorosos de reparação. Algumas doenças, até mesmo a síndrome de pânico, podem se originar das culpas não trabalhadas. Na culpa, o ego submete-se ao complexo de rejeição e de autoflagelação.

Referência: Psicologia e Espiritualidade de Adenáuer Novaes, Fundação Lar Harmonia



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