O processo de autodescobrimento é uma fase posterior ao processo de autoconhecimento, muito embora se possa iniciá-lo enquanto se vive o reconhecimento das características do ego. Autodescobrir-se é conseguir revelar à consciência, gradativamente, os conteúdos que se encontram inconscientes, além de descobrir como funcionam os mecanismos psíquicos entre a vida consciente e a inconsciente.
Autodescobrir-se não é necessariamente ter acesso direto ao conteúdo das informações dos processos experimentados nas vidas passadas. Tais informações, existentes no inconsciente, necessitam assumir à consciência de forma organizada e a serviço de um processo maior que nos torne felizes.
A posse consciente dessas informações deve ocorrer com equilíbrio, pois a ocorrência delas na consciência sem o devido controle pode levar o indivíduo a uma inadaptação à realidade provocando as chamadas psicoses, bem como a uma série de transtornos psíquicos já diagnosticados pelas ciências da alma.
Para que o processo de autodescobrimento se dê de forma a proporcionar a revelação harmônica dos conteúdos, inconscientes e desconhecidos da personalidade, é importante que o ego esteja estruturado, fortalecido na sua ligação com as orientações do Self e alinhado com o processo de desenvolvimento espiritual comandado pelo espírito imortal. O ego estruturado permite a aceitação de seus próprios equívocos, bem como o reconhecimento e a integração da sombra, ou seja, do lado negado ou desconhecido de nossa personalidade. É nessa fase que não se torna difícil reconhecer os erros, assumi-los, além de admitir as próprias limitações e impotências.
Nossa convivência social nos obriga a assumirmos papéis ou máscaras sociais, a fim de conseguirmos lidar com o mundo. Não é possível mostrar aspectos negativos todo o tempo, pois as pessoas não nos suportariam, razão porque não podemos prescindir das máscaras. Além disso essas personas são importantes formas de aprender as regras básicas do relacionamentos humanos. São personas que devem ser utilizadas a serviço do Self e não do ego. O autodescobrimento se caracteriza pelo reconhecimento das máscaras sociais e sua utilização harmoniosa. São exemplos de personas ou máscaras sociais comuns: posição social, título acadêmico, sobrenome da família, ser mão de, ser pai de, ser filho de, ser marido de, ser esposa de, ser empregado de, ser chefe, dentre outros. Toda vez que se desempenha papéis sociais, cuja existência não seja uma qualidade essencial da pessoa, estar-se-á vivendo uma persona.

Acreditar em si mesmo é viver tranqüilo e consciente de que tudo, absolutamente tudo que nos ocorre, mesmo o que é decorrente de nossos erros e equívocos, resulta em algum bem e que, principalmente, jamais seremos destruídos ou perderemos a condição de filhos de Deus. É fundamental uma forma forte e boa crença a nosso próprio respeito.

Referência: Psicologia e Espiritualidade de Adenáuer Novaes, Fundação Lar Harmonia
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