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Psicósmica

9 de agosto de 2012

Autodescobrimento

O processo de autodescobrimento é uma fase posterior ao processo de autoconhecimento, muito embora se possa iniciá-lo enquanto se vive o reconhecimento das características do ego. Autodescobrir-se é conseguir revelar à consciência, gradativamente, os conteúdos que se encontram inconscientes, além de descobrir como funcionam os mecanismos psíquicos entre a vida consciente e a inconsciente.

Autodescobrir-se não é necessariamente ter acesso direto ao conteúdo das informações dos processos experimentados nas vidas passadas. Tais informações, existentes no inconsciente, necessitam assumir à consciência de forma organizada e a serviço de um processo maior que nos torne felizes.

A posse consciente dessas informações deve ocorrer com equilíbrio, pois a ocorrência delas na consciência sem o devido controle pode levar o indivíduo a uma inadaptação à realidade provocando as chamadas psicoses, bem como a uma série de transtornos psíquicos já diagnosticados pelas ciências da alma.

Para que o processo de autodescobrimento se dê de forma a proporcionar a revelação harmônica dos conteúdos, inconscientes e desconhecidos da personalidade, é importante que o ego esteja estruturado, fortalecido na sua ligação com as orientações do Self e alinhado com o processo de desenvolvimento espiritual comandado pelo espírito imortal. O ego estruturado permite a aceitação de seus próprios equívocos, bem como o reconhecimento e a integração da sombra, ou seja, do lado negado ou desconhecido de nossa personalidade. É nessa fase que não se torna difícil reconhecer os erros, assumi-los, além de admitir as próprias limitações e impotências.

Nossa convivência social nos obriga a assumirmos papéis ou máscaras sociais, a fim de conseguirmos lidar com o mundo. Não é possível mostrar aspectos negativos todo o tempo, pois as pessoas não nos suportariam, razão porque não podemos prescindir das máscaras. Além disso essas personas são importantes formas de aprender as regras básicas do relacionamentos humanos. São personas que devem ser utilizadas a serviço do Self e não do ego. O autodescobrimento se caracteriza pelo reconhecimento das máscaras sociais e sua utilização harmoniosa. São exemplos de personas ou máscaras sociais comuns: posição social, título acadêmico, sobrenome da família, ser mão de, ser pai de, ser filho de, ser marido de, ser esposa de, ser empregado de, ser chefe, dentre outros. Toda vez que se desempenha papéis sociais, cuja existência não seja uma qualidade essencial da pessoa, estar-se-á vivendo uma persona.

No processo de autodescobriento obtém-se a capacidade de acreditar em si mesmo independente das contingências externas. Essa crença é fruto do autoconhecimento e da consciência do próprio processo existencial. O indivíduo, que nessa fase, já atravessou algumas contingências aversivas da vida, já obteve experiências para lidar com outras adversidades sem os medos e receios característicos do início. Acreditar em si mesmo não quer dizer extrapolar os limites da própria capacidade, mas considerar que é possível alcançar algum ganho, mesmo que não se consiga os objetivos que se almeja, isto é, a partir de qualquer experiência pode se obter algum tipo de aprendizagem. As aparentes derrotas são encaradas como possibilidades de vitória em outros níveis. Acertos e desacertos são oportunidades de obtenção do conhecimento de si mesmo e das leis de Deus.

Acreditar em si mesmo é viver tranqüilo e consciente de que tudo, absolutamente tudo que nos ocorre, mesmo o que é decorrente de nossos erros e equívocos, resulta em algum bem e que, principalmente, jamais seremos destruídos ou perderemos a condição de filhos de Deus. É fundamental uma forma forte e boa crença a nosso próprio respeito.

No processo de autodescobrimento devemos tomar consciência da existência dos complexos e suas origens, das influências das fantasias que criamos, dos potenciais que possuímos, de nossas virtudes, bem como das perspectivas quanto ao nosso futuro para além da atual existência. Naquele processo, a energia psíquica que desprendemos na vida para sua realização é mais direcionada para o encontro consigo mesmo.

Referência: Psicologia e Espiritualidade de Adenáuer Novaes, Fundação Lar Harmonia


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