Quem julga as pessoas e o mundo como responsáveis pela sua infelicidade é infantil e inexperiente. Quem assume seus erros e se responsabiliza por tudo o que está vivendo interior e exteriormente, traz consigo a maturidade da criatura sábia e sensata, que aprendeu a enxergar a vida com os olhos do discernimento.
A Espiritualidade não nos aprecia ou julga com o "cetro da perfeição"; ao contrário, leva em conta as limitações de nossa condição evolutiva. Ela procura sempre estabelecer o equilíbrio da justiça, pedindo a quem muito sabe e pouco exigindo daquele que quase nada conhece.
São denominadas "cuidadores" ou "salvacionistas" os indivíduos que dispensam exagerada atenção e excessivo cuidado à vida das pessoas. Inconscientemente, se sentem responsáveis por problemas, escolhas, atos, sentimentos, bem-estar e destino de outrem. Esse comportamento, desprovido de maturidade psicológica, manifesta desrespeito à individualidade e invasão dos limites alheios.
Essa "mentalidade salvacionista" pode ter origem na atitude de superproteção cultivada pelos pais na educação dos filhos. Os adultos alegam que as crianças são ainda incapazes e indefesas e, assim, impedem-lhes o exercício diário do desenvolvimento de seu potencial - conjunto de qualidades de todo ser humano ou sua capacidade de realização. Por exemplo, amamentam-nas ou dão-lhes de comer numa fase onde elas, por si sós, são capazes de fazer sozinhas; com isso retardam seu amadurecimento, conservando-as dependentes e inseguras emocionalmente.
Por analogia, podemos comparar o ato da alimentação "física" com o ato da alimentação "emocional/espiritual". Quem tenta, obsessivamente, cuidar dos outros e controlá-los, sob a alegação de "amor ou caridade", na realidade está apenas dificultando e retardando o despertar das habilidades inatas deles.
"Irmãos, quanto ao modo de julgardes, não sejais como crianças; quanto à malícia, sim, sede crianças, mas, quanto ao modo de julgar, sede adultos".
O procedimento mais benéfico que podemos adotar para facilitar nosso amadurecimento espiritual, é exercitar o auto-julgamento e assumir total responsabilidade por tudo aquilo que sentimos, pensamos e fazemos, deixando que os outros aprendam também a se autojulgar e auto-responsabilizar-se através das próprias experiências.
Ninguém deposita em braços frágeis objetos pesados. Analogamente, a Divina Providência não nos apresenta um problema sem que tenhamos a capacidade de resolvê-lo.
O que estamos vivendo hoje é produto de nossas escolhas, decisões e, portanto, é responsabilidade só nossa. Quando aceitarmos plenamente essa afirmação, teremos condições de discernir com maior clareza os limites das verdadeiras necessidades, nossas e dos outros.
Referência: Um Modo de Entender: Uma Nova Forma de Viver, de Francisco do Espírito Santo Neto (espírito Hammed)
olá
ResponderExcluirbem digamos que sei de um caso inverso
de uma pessoa que foi muito acredida, muito cobrada e nínguem lhe protegia na infancia e hoje tenta corrigir todas as dificuldades das pessoas, e fica trizte pelo que recebe em troca das pessoas que quer ajudar, isso também se enquadra em salvacionismo???