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Psicósmica

4 de março de 2013

Lucidez

Ao estudarmos as filosofias e religiões, orientais, podemos nos certificar de que Buda jamais de declarou um Deus ou um salvador, mas afirmava ser uma criatura que atingira a iluminação por meio da auto-reflexão, ou um caminhante que encontrara o próprio caminho. Buda não induzia as pessoas a adora-lo, mas a seguir suas experiências de vida e seus exercícios espirituais, a fim de que cada um encontrasse a própria iluminação. Ele indicava o caminho da auto-realização, jamais se proclamou um caminho a ser seguido.

Na verdade, Buda receava que as pessoas pudessem vir a adorá-lo, porque sabia que é mais cômodo adorar algo ou alguém do que descobrir por si só a essência divina que existe no âmago da própria alma. Como seguidores de Jesus Cristo, todos nós buscamos como o Caminho, a verdade e a Vida. Encontraremos nele a palavra de sabedoria, a inspiração e a mensagem renovadora.

Sidarta Gautama dizia: “A pessoa sábia, que corre quando é hora de correr e que diminui o ritmo quando é hora de diminuir, é profundamente feliz, porque tem suas prioridades bem estabelecidas". Quem vê e compreende claramente as coisas possui disposição, vontade, humor e coragem, pois não fica arrebatado pelo futuro, nem preso ao passado. Só quando estamos em contato com nós mesmos é que adquirimos perfeita visão de como diminuir ou aumentar o ritmo das coisas em nossa vida. Viver prazerosamente fundamenta-se em ver com clareza íntima como estão agindo em nós o desejo e o apego.

No desejo, corremos ansiosamente a fim de conquistar a qualquer preço o que não temos. No apego, paralisamos o passo,  agarrando-nos a tudo aquilo que já possuímos. Buda alerta que não devemos permitir que o julgamento dos outros determine quem somos e o  e o  que devemos sentir ou fazer. A propósito, não devemos deixar que o ponto de vista dos outros decida a hora de correr, desacelerar o passo ou parar completamente. Se nós deixarmos que os elogios e as críticas das pessoas afetem nosso “senso íntimo” , então seremos prisioneiros do juízo alheio e perderemos a alegria de viver. 

Precisamos perceber e valorizar nossos sentimentos e emoções, porque eles são o sal da nossa vida. Disse Jesus: Vós sois o sal da terra. Ora, se o sal  se tornar insosso, com que o salgaremos? Para nada mais serve, senão para ser lançado fora e pisado pelos homens”. Tende sal em vós mesmo e vivei em paz uns com os outros.

Diz-se popularmente que uma “criatura insossa” não tem graciosidade, é desinteressante e monótona; pudera, ela não age baseada nas suas sensações interiores. Só quando os nossos sentimentos são reconhecidos, observados e estudados claramente em nós uma aura de autonomia e segurança: e, a partir daí, seremos respeitados e valorizados.

As emoções são as melhores informantes do nosso mundo interior e exterior, elas nos avisam, acima de tudo, sobre aquilo que devemos ou não fazer. E observando-as com atenção e submetendo-as ao nosso bom senso que saberemos como nos conduzir nas relações sociais, afetivas, profissionais e outras tantas. O desejo e o apego, privados da consciência reflexiva, estreitam nossa visão de felicidade, descartando novas possibilidades de uma vida pacífica e alegre. 

Enquanto vivermos de forma mecânica, irrefletida e sem a intervenção consciente da lucidez e do discernimento, nos privaremos de possuir uma mente tranquila e um coração pacífico.

Referência: "Os Prazeres da Alma", Uma Reflexão Sobre os Potenciais Humanos



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