Denominamos “desapego defensivo” o mecanismo de fuga da realidade, utilizado de forma inconsciente ou não, por pessoas que possuem um constrangimento
auto-imposto proveniente do medo de amar, ou
mesmo de se perder na sede de amor por objetos, pessoas ou ideias e de
serem absorvidas por enorme necessidade de dependência e submissão fora do
próprio controle.
Esse “desapego de proteção” tem como base profunda um processo
mental ativado tão logo o indivíduo perceba algo ou alguém que tenha grande
significado para ele, e que, se o perdesse, seria muito doloroso. Ele adota uma
atitude de contenção dos sentimentos e se isola com indiferença e desprezo
diante do seu mundo sensível.
Declara-se desinteressado e frio, mantendo por postura
íntima o seguinte pensamento: Eu não me importo, quer dizer, não abro as
portas do meu sentimento. Assim, ele não se sentirá frustrado ou ameaçado pelos conflitos, porquanto supõe ter
atingido um real desapego, quando, na verdade, apenas utiliza uma desistência
da expressão, do anseio, da vontade, da satisfação e da realização pessoal, ou
seja, restringe e mutila a vida ativa.
Por outro lado o desapego
saudável é uma vivência que leva ao crescimento íntimo e a uma expansão
da consciência, enquanto a experiência
defensiva conduz a um bloqueio das sensações, fazendo com que as pessoas vivam
numa aparente fuga social, exibindo atos e comportamentos fictícios,
envolvidas, que estão por uma atmosfera falsa renúncia altruísmo.
Uma atitude auto-imposta por dúvida e desconfiança,
insegurança e temor, além de nos auto-agredir, nos afasta do caminho natural e
nos desvia do dinamismo evolutivo da Vida Providencial.
Referência: "Os Prazeres da Alma", Uma Reflexão Sobre os Potenciais Humanos
0 comentários:
Postar um comentário