Todas as almas veneráveis da humanidade possuíam e possuem plena consciência de que falar de humildade não torna ninguém humilde. Realmente, a humildade nada tem a ver com a presença ou ausência de bens materiais, mas com a forma de comportamento íntimo.
Na atualidade, ainda se associa humildade com inferioridade, submissão e pobreza; no entanto, ela está relacionada com distinção, gentileza, lucidez, graciosidade e simplicidade. Entre todas as virtudes, somente a humildade não realça a si mesma, porque o verdadeiro humilde não acredita que seja.
O humilde examina e pondera o orgulho porque um dia também o foi; o arrogante, porém, como ainda não conquistou a humildade, não sabe apreciar e valorizar a simplicidade. Aliás, só quem tem plena consciência do seu valor pessoal é que não precisa se exaltar, quem não tem exibe, de maneira ousada e insolente, sua capacidade, poder, prestigio ou cultura.
Os indivíduos humilde realça a simplicidade das coisas dada a facilidade surpreendente de aprender e organizar os dados de uma situação. Eles penetram na essência das coisas, pois desenvolveram a habilidade de "fazer a mente silenciar”. É no silêncio mental que os ciclos habituais ou condicionados das regras e normas preconceituosas cessam, que os padrões de pensamentos inadequados são interrompidos, para que haja a internalização da inteligência universal em nós.
Os humildes aprenderam, com a introspecção, a fazer de si mesmos um “canal ou espaço transcendente” por onde flui silenciosamente a inteligência universal.
Quando o eminente educador Hippolyte Léon Denizard Rivail questiona os Espíritos Superiores: Qual é a fonte da inteligência?”, eles respondem: "já o dissemos: a inteligência universal”
A inteligência universal é o instrumento pelo qual retornamos a conexão com a Causa Primeira. Ela não está confinada a nenhuma religião; ao contrário, é acessível a todos os seres, contudo só se deixa penetrar por aqueles que têm “ simplicidade de coração e humildade de espírito” Por meio de seus recursos infinitos, recebemos as mais sublimes contribuição – psicológicas, filosóficas, artísticas, cientificas religiosas – alargando a compreensão da vida dentro e fora de nós mesmo.
Referência: "Os Prazeres da Alma", Uma Reflexão Sobre os Potenciais Humanos
Referência: "Os Prazeres da Alma", Uma Reflexão Sobre os Potenciais Humanos