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Psicósmica

2 de outubro de 2012

Mágoas

Alguém nos desprezou profundamente. Lançou sobre nossa alma o punhal da ironia. Julgou-nos impiedosamente, afirmando que o fracasso era destino fatal em nossa vida. Olhou-nos com desdém e, com leve sorriso sarcástico, deu-nos as costas como se não tivéssemos nenhuma importância. Nesse momento, nosso peito se inflamou pela dor descaso, o coração ardeu envolvido numa estranha aura de desamparo.

A mágoa pode surgir por muitos motivos, entre os quais por:
  • rompimento afetivo;
  • maledicência sobre a vida sexual de alguém;
  • preconceito determinado por idade e trabalho;
  • ingratidão dos filhos;
  • abandono de amizades queridas;
  • traição amorosa;
  • discriminação social;
  • exclusão motivada por raça, cor e credo religioso.
Aliás, ninguém consegue viver sem nunca se magoar com alguém ou com certas ocorrências. Na realidade, a mágoa é uma das muitas emoções humanas. Só não se emocionam os corpos inanimados, visto que as emoções nas criaturas vivas revelam a importância que elas dão a si mesmas, aos outros e aos acontecimentos. Se nada nos importasse, nunca teríamos mágoa, mas isso é impossível - a "importância" que damos a tudo que existe medo o grau de sentimento que possuímos por algo ou alguém.

Aconselhar uma pessoa ofendida a imediatamente esquecer, não se magoando com a ofensa, seria o mesmo que pedir-lhe que agisse como se a agressão nunca tivesse acontecido. Pode ser uma ideia equivocada a de "nunca se magoar e sempre esquecer", pois a não-aceitação de uma emoção real resulta no seu deslocamento para coisas fora do mundo interior - o fato desagradável fica focalizado no exterior, e a verdadeira causa da emoção permanece no escuro. Essa postura comportamental recebe o nome de ocultação dos sentimentos ou repressão.

Conseguiremos trabalhar melhor nossas mágoas não as reprimindo nem as intensificando, e sim desprendendo-nos, desligando-nos, ou melhor, colocando-nos a certa "distância mental/emocional" dos fatos ocorridos e das pessoas que neles se envolveram.

No entanto, isso não significa que devemos nos afastar hostil e friamente, viver alienados e impermeáveis aos problemas ou nos deixar de importar com tudo o que aconteceu, mas que podemos viver mais tranquilos e menos transtornados par analisar e, por conseqüência, concluir que as situações e os acontecimentos que nos cercam são reflexos ou criações materializadas dos nossos pensamentos e convicções.

Acreditamos que, ao fazer o proposto "distanciamento psicológico", teremos sempre mais possibilidades para perceber o processo interno que há por trás de toda mágoa. Não se magoar é impossível, mas perpetuar ou ignorar o fato desagradável pode ser comparado ao comportamento do escorpião que, quando enraivecido, inocula veneno em si mesmo com o próprio ferrão.

Perdoar não significa apenas esquecer as mágoas ou mesmo fechar os olhos para as ofensas alheias. Perdoar é desenvolver um sentimento profundo de compressão e aceitação dos sentimentos humanos, por saber que nós e os outros ainda estamos distantes do agir corretamente.

Referência: Um Modo de Entender: Uma Nova Forma de Viver, de Francisco do Espírito Santo Neto (espírito Hammed) 



Um comentário:

  1. Guardar mágoa, e guardar lixo s mentais e se envenenasse, as maioria das vezes de nossas mazelas e causada pela mágoa, pelo não perdão,perdoar, não significa esquecer,perdoar é compreender que você também erra.

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